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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Collor alerta: 'É ilusão governar sem o Congresso, já vi esse filme

Ex-presidente que sofreu processo de impeachment em 1992, o senador Fernando Collor de Mello (Pros) afirmou que não é possível governar o país sem apoio do Congresso Nacional. Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, o representante de Alagoas no Senado afirmou ser uma “ilusão” a possibilidade de governar o país sem articulação política.
“O Poder Executivo não tem como se manter sem uma maioria consolidada no Congresso. É ilusão se imaginar que um presidente tenha poder soberano de fazer tudo o que quer, passando por cima do Congresso e do STF. É uma ilusão a possibilidade disso dar certo. O presidente, não digo isso por sair de minha cabeça agora, mas por experiência própria. Já passei por isso e já vi esse filme. E por já ter visto é que eu não quero vê-lo repetido. É fundamental se construir uma maioria. Não se pode passar um tempo grande sem que, até agora, nós tenhamos um conjunto e uma definição de deputados que formem a maioria e deem sustentação às ações empreendidas pelo Executivo. É um ledo engano imaginar que pode se dar certo o exercício de uma presidência se descartando o Congresso na tomada de decisões”, analisou.
Mandatário da nação por dois anos, mas com larga experiência política, Collor de Mello falou sobre a solidão que o cargo político mais importante da República traz. Segundo ele, é fundamental ouvir as pessoas que divergem do seu pensamento e ter integração nacional. “A presidência, se a gente não tomar cuidado, é um exercício solitário. Ninguém chega pra você com ideias que venham contrariar você numa sugestão. Ninguém se coloca contra, ninguém diz não. Deixa você na ilha da fantasia. A primeira recomendação é que evite essa solidão e se aproxime das pessoas. Ouça os diferentes, com opinião diferentes, ouvir a oposição, a situação, conviver muito”.
Para Collor, a União tem que prover o sustento das famílias, principalmente neste momento de pandemia e de diminuição de empregos. “Essa pandemia não tem o remédio, é o inimigo invisível. O que fazer com essas pessoas? O Governo Federal, o estado brasileiro, tem que prover essas necessidades, não interessa quantos custe. A minha estimativa é de que pelo menos R$ 500 bilhões de reais sejam destinados a essa finalidade, que é matar a fome das pessoas, além de trazer a elas a esperança que cabe ao chefe do Executivo Federal trazer para a população. O presidente tem que trazer essa solidariedade para essas pessoas que estão precisando de dinheiro para subsistir e tem que dar esperança de que essa situação vai passar e as pessoas vão se recuperar”, indicou.
Fonte:Metro 1

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