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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Covid-19: governadores do Nordeste cobram socorro do governo federal

agravamento da pandemia de covid-19 no Nordeste preocupa governadores pela falta de capacidade hospitalar, que é muito inferior à de São Paulo, por exemplo, estado com maior número de casos confirmados da doença.
Dentre as cinco capitais com maior incidência covid-19 (casos por milhão de habitantes), três são nordestinas: Fortaleza (1.007), São Luís (899), Recife (859); São Paulo aparece em quarto lugar, com 789 casos por milhão de residentes.
Governadores dos nove estados do Nordeste se reuniram na segunda-feira (20) com o ministro da Saúde, Nelson Teich, para discutir a situação da região, que concentra atualmente 25% de todos os casos confirmados de covid-19 no país (a segunda mais afetada, atrás apenas do Sudeste). 
O governador do Piauí, Wellington Dias, uma das vozes moderadas entre os demais, considerou que foi "um bom encontro" e defendeu união entre governo federal, estados e municípios.
"Ele aceitou [Teich] integrar e apoiar os planos estaduais, propôs unificar metodologias e base de dados. Agendou para amanhã [esta terça-feira], mesmo com feriado, as equipes técnicas dele e dos estados para consolidar as principais informações sobre leitos disponíveis e plano de expansão, recursos humanos, metodologias para exames e isolamento social. E ao final pediu que fosse apresentado o que foi prometido lá atrás pelo Ministério da Saúde para cada estado e o que não foi cumprido", afirmou Dias.
Segundo ele, uma nova reunião por videoconferência está marcada entre os governadores do Nordeste e o ministro para a próxima quinta-feira (23).
Na Bahia, a avaliação da equipe do governador Rui Costa é de que as políticas de distanciamento social estão sendo capazes de achatar a curva de contaminações e retardar o pico de casos, previsto para o fim de maio. Este "fôlego" é importante para que haja tempo para o recebimento de equipamentos e insumos.
A Bahia estima que terá que lidar com 900 pacientes em estado grave de covid-19 até 30 de maio, algo que o governo considera "dificílimo de atender". Um ponto positivo é que a taxa de letalidade da covid-19 no estado é de 3,43%, cerca da metade da média nacional (6,3%), embora a avaliação seja de que isso não permite qualquer tipo de comemoração.
A situação é mais crítica no Ceará e em Pernambuco, onde 100% dos leitos de UTI já estão ocupados. Dias ressaltou ao ministro a urgência das ações do governo federal.
"Eu disse a ele que estamos numa situação bem complexa com estados já entrando em colapso. Ele vai ter que trocar pneu com o carro andando."
Segundo o ministério, durante a reunião de ontem, foram tratados temas como leitos de UTI, leitos de enfermagem, distribuição de recursos, testes, recursos humanos e isolamento social.
A polêmica em torno do isolamento social, que colocou em lados opostos o presidente Jair Bolsonaro e governadores, foi amenizada pelo ministro, segundo o governador do Piauí.
"Ele [ministro] disse que quer tratar sobre retomada [da atividade econômica], mas em momento que tiver segurança e quer parceria com estados."
A distribuição de respiradores também é outro tema que preocupa governadores. O Maranhão importou por conta própria 107 equipamentos da China.
O governador Flávio Dino está enfrentando problemas com a Receita Federal por causa da importação, mas alega que agiu para "proteger a população.
O Piauí receberá 80 respiradores comprados por meio do Consórcio do Nordeste.
Sob o comando do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, a posição do Ministério da Saúde sempre foi contrária à ações isoladas de estados na compra de respiradores, já que eles poderiam ficar com ociosidade enquanto outras localidades precisassem com urgência.
O governo federal vem tentando centralizar a distribuição desses equipamentos como forma de garantir que nenhuma unidade da federação fique desabastecida.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia

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