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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Rio já tem espera de dias por UTI, e médicos escolhem quem usa respirador

Sem vagas disponíveis para pacientes com a doença na rede pública, o Rio de Janeiro sente falta dos hospitais de campanha, que ainda não foram abertos. Unidades menores, como clínicas da família, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CERs (Coordenações de Emergência Regionais), estão lotadas, sem conseguir transferir pacientes.
Com isso, pacientes da capital estão sendo enviados para o Hospital Regional Zilda Arns, em Volta Redonda, a mais de 1h30 de distância. A Secretaria Estadual de Saúde diz que as transferências são parte do protocolo para não sobrecarregar as equipes.
“Os pacientes de Covid-19 necessitam de preparo específico pela gravidade dos quadros. Isso faz com que a secretaria encaminhe o paciente de forma alternada para as diferentes unidades espalhadas pelo território”, diz a pasta em nota.
A reportagem apurou que cerca de 60 a 70 pacientes esperavam por leitos de UTI na capital nesta quarta (22. Para enfermaria, eram 300 à espera. São pessoas que estão só estabilizadas, em condições inadequadas, muitas vezes sem isolamento e acesso a exames ou respiradores, e atendidas por profissionais que reutilizam máscaras e macacões.
prefeitura e o estado do Rio têm divulgado apenas taxas de ocupação, sempre abaixo de 100%, que na visão de funcionários do sistema de regulação não refletem a realidade atual de lotações e filas. Pacientes têm esperado horas e até dias por transferências no SUS.
Diante da situação de desespero, a prefeitura de Marcelo Crivella (Republicanos) publicou nesta quinta (23) um edital para contratar mil leitos de UTI na rede privada até que sejam abertos mais leitos na rede pública e nos hospitais de campanha. As obras municipais, no Riocentro (500 leitos), ficaram prontas no último domingo (19), mas ainda faltam funcionários e respiradores. É a mesma situação do Hospital do Fundão, ligado à UFRJ, que tem 60 leitos mas não tem profissionais para operá-los –só 7 das 470 vagas foram preenchidas.
A prefeitura diz está em processo de contratação temporária de mais de 5.000 pessoas para ocupar essas e outras unidades, das quais quase 1.000 já foram efetivadas no hospital de referência Ronaldo Gazolla. Os dez hospitais de campanha ou modulares estaduais, do governo Wilson Witzel (PSC), que somam 2.000 leitos, também estão atrasados. Seriam inaugurados em abril, mas agora estão previstos para maio, primeiro no Leblon e no estádio do Maracanã.
Já na rede federal, a Justiça determinou nesta quarta um prazo de 48 horas para que os seis hospitais geridos pela União no Rio passem a liberar leitos livres para pacientes de outras unidades. O governo terá o mesmo prazo para informar quais unidades hospitalares móveis serão montadas pelo Exército.
Fonte: Varela Notícias

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