Lucas alega que sua mãe escreveu o texto da confissão e ele apenas copiou para poder escrever a carta dentro do Presídio Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio. O acusado ainda afirma que reconheceu a letra de Flordelis no texto original e diz que o documento, que chegou ao presídio através da mulher de um preso, também estava assinado pela mãe.
Na carta, Lucas assumiu a responsabilidade pelo assassinato do pastor, isentando de participação o seu irmão, Flávio dos Santos Rodrigues, também preso pelo crime no Bandeira Stampa.
“A carta veio pra mim na mão. Só copiei a carta. Foi minha mãe que mandou pra mim a carta da rua”, afirmou Lucas em seu depoimento, prestado à delegada Barbara Lomba, que era titular da DHNSGI na época, além de outros policiais.
Ao ser questionado o porquê de ter assumido a responsabilidade pelo crime, Lucas afirmou que não aguentava mais ver seu irmão Flávio “choramingando”, e que Flávio prometeu que o ajudaria quando saísse da prisão. Além disso, justificou que “botaram um novo advogado”, se tratando de Marcelo Pires, que passou a defendê-lo. O rapaz também demonstrou que revelaria o fato sobre a carta à Justiça.
“Todo dia era um chororô no meu ouvido. Mas no dia da audiência, eu ia chegar e mostrar a carta com a assinatura dela (Flordelis) pro juiz”, disse.
O conteúdo da carta mostra que outros dois irmãos, Wagner Andrade Pimenta, o Misael, e Alexander Felipe Matos Mendes, o Luan, possuem envolvimento na morte de Anderson. Na carta, Lucas afirmou que Misael, na presença de Luan, lhe ofereceu vantagens para “dar um susto” no pastor. Ele relatou que pediu a um amigo para fazer o serviço. “O moleque já sabia o que ia fazer, mas deu ruim”, escreveu, justificando o fato de o pastor ter sido morto.
Misael e o irmão Daniel dos Santos de Souza foram os primeiros a prestar depoimento e atribuíram à Flordelis participação no assassinato.
Lucas também fez acusações contra advogados. Segundo ele, Flávio Crelier e Maurício Mayr, que defendiam seus irmãos, estiveram no Bandeira Stampa para o orientar a não participar da reprodução simulada do crime, realizada em 21 de setembro de 2019.
O acusado também disse que os dois advogados pediram para ele “seguir o que estava na carta”. O advogado Crelier, que não defende mais Flávio, disse que não se pronunciaria. Porém, Mayr admitiu que esteve no presídio, mas alega ter ido apenas para dar ciência a Flávio e Lucas que eles não precisavam estar da reconstituição. O advogado ainda negou que tenha dado qualquer orientação sobre a carta e afirmou que há divergências entre o que Lucas disse à Justiça e na delegacia.
Bahia Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário