O senador Jaques Wagner (PT) disse que não consegue entender o que habita na alma do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). O senador baiano, que está na manhã desta terça-feira (4) no município de Vereda, onde o governo estadual entrega fogões, geladeiras e colchões aos atingidos pelas chuvas, se referia ao fato de o presidente da República estar de férias no sul do país enquanto o sul baiano enfrentava as consequências das fortes chuvas.
“Não gosto de falar mal de ninguém, mas não nego que me surpreende, me assusta e me decepciona como um ser humano sentado na cadeira de presidente e responsável número 1 do país está pouco se lixando para o sofrimento de 15 milhões de baianos”, disse Wagner, durante discurso. O petista completou o comentário: “não consigo entender o que habita naquela alma, que a pessoa acha que pode estar colocando foto de distração [durante as férias em Santa Catarina]”.
Recado de Deus
O petista, durante o discurso, ainda disse que as chuvas foram um “recado de Deus”. “Para quem acredita em Deus como eu, sabe que ele deve estar mandando algum recado. A roupa bonita, depois de cinco lavagens, vai embora. O que nunca vai embora é a espiritualidade, a amizade e a solidariedade ao próximo”, disse o petista, que ainda comentou: “o mundo idolatra o bezerro de ouro ao invés do Deus verdadeiro”.
Wagner comentou também o sofrimento das pessoas que perderam tudo com as enchentes: “vi a tristeza que se abateu sobre aqueles que ao longo da vida souberam construir, como se diz na gíria popular, um ‘pé de meia’ e conseguiu ter [por exemplo] um supermercado e a chuva levou tudo. Nós que já vínhamos sofrendo tanto com a Covid, com a doença”.
Convênio
O governador Rui Costa, na mesma oportunidade, lançou um desafio aos prefeitos das cidades atingidas pelas enchentes e pediu celeridade para que firmem convênios com o governo de modo a construir novas casas para quem perdeu seus imóveis após as chuvas. “Quem vai ser o primeiro prefeito que vai assinar um convênio para reconstrução das casas que foram perdidas com as chuvas?”, questionou o governador.
Ele pediu aos prefeitos que vejam terrenos em áreas afastadas das regiões passíveis de alagamento e disse que vai também viabilizar a urbanização das áreas que receberem os novos imóveis – ele também deixou a cargo dos prefeitos a escolha da forma de contratação via convênio, deixando inclusive a possibilidade de realização de mutirão com a participação dos beneficiários.
Ao citar um caso de agressão a equipe do Corpo de Bombeiros, o governador também disse que “é nesses momentos [de tragédia] que a gente conhece o que há de pior e o que há de melhor no ser humano”. O petista voltou a dizer que não sabe se haverá ajuda federal para a reconstrução dos imóveis e das cidades atingidas pelas chuvas, mas voltou a afirmar que não ficará de braços cruzados. Redação do Política Livre.
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