A Secretaria Municipal de Educação de Itaberaba, cidade baiana na região do piemonte do Paraguaçu, reuniu, quarta-feira passada, cerca de 80 coordenadores e professores de língua portuguesa em oficinas formativas sobre o ensino do português, com foco na leitura e produção de texto.
O curso, realizado na Universidade Aberta do Brasil (UAB), teve como objetivo avaliar os resultados do diagnóstico de leitura, sistema de escrita e produção textual e orientar os profissionais para trabalhar com os estudantes dos anos finais da educação básica, tanto os não alfabéticos quanto os alfabéticos os que apresentam dificuldades em leitura e escrita.
As oficinas foram ministradas pela pedagoga e especialista em política do planejamento pedagógico – currículo, didática e avaliação, Elisiane Moreira de Sousa, e pela especialista em estudos linguísticos e literários, Elionai Brito. As palestrantes apresentaram propostas de atividades para serem aplicadas em sala de aulas, incluindo vivência de leitura com os alunos que não tem domínio da língua escrita. Foram apresentadas também propostas de intervenções didáticas para o avanço do sistema de escrita através do gênero literário.
O diagnóstico sobre leitura, sistema de escrita e produção de texto foi realizado coletado nos meses de março e abril de 2022 e revelou que boa parte dos alunos dos anos finais do ensino fundamental ainda tem dificuldade e o período do isolamento social em decorrência da Covid-19, aprofundou a defasagem do aprendizado. A ideia de reunir em um mesmo curso de formação professores de anos iniciais e de anos finais foi a de possibilitar a interação entre os que lidam diretamente com a alfabetização e os que trabalham com conteúdos mais complexos.
Os educadores avaliaram a necessidade de trabalhar com o currículo essencial como estratégia de adaptação de conteúdo, ano e currículo. Para os professores o que é essencial no currículo da língua portuguesa é focar na formação de leitores e escritores com o uso social do idioma, uma vez que os adolescentes passam maior parte do tempo estudando e se relacionando com o mundo em volta. Por isso o professor deve trabalhar com gêneros textuais que atendam às necessidades reais dos estudantes.
A pedagoga Elisiane de Sousa sugere que uma boa estratégia para corrigir essa defasagem no aprendizado da leitura e da escrita é trabalhar com lista de campo semântico, ou seja, lista de palavras que de mesmo significado como lista de frutas, por exemplo. Segundo ela, a lista de campo delimita palavras que os alunos irão sugerir e dão tempo para fazer a marcação silábica enquanto são escritas as palavras, a leitura e a problematização com palavras parecidas, além de trabalhar o foco na hora da escrita para escolher as letras adequadas para escrever.
Para Elionai Brito, é fundamental pensar os métodos de avaliação considerando os aspectos específicos de cada estudante e o contexto de vida social de cada um. “Não é mais muito adequado o uso da palavra 'correção' no processo de formação de leitores e escritores, o ideal é utilizarmos o termo 'avaliação', porque é mais amplo e requer um olhar mais complexo para o desenvolvimento intelectual dos estudantes. Nós não corrigimos as atividades, nós avaliamos o processo de aprendizagem”, pontuou a professora.
Por: A Tarde
📸 Divulgação PMI
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