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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Solo do Rio Grande do Sul está completamente encharcado, diz pesquisador

 


O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) publicou, nesta sexta-feira (24), um mapeamento que mostra que o solo do Rio Grande do Sul está saturado de umidade. 

 

A umidade do solo é calculada medindo-se a quantidade de água presente no solo em relação ao volume total do solo e água. Essa medida é expressa como uma razão, por exemplo, m³ de água por m³ de solo (ou cm³/cm³). Sensores específicos são usados para determinar essa proporção e quanto mais próximo de 1, ou 100%, quer dizer que o solo está saturado porque todo o substrato está preenchido com água.

 

Castigado pelas chuvas intensas dos últimos dias, na última segunda-feira (20), o estado tinha diversas áreas com a taxa de umidade do solo justamente no limite de saturação, em torno de 1 cm³/cm³ (áreas com azul mais intenso no mapa).

 

Estimativa de umidade do solo (em m³/m³) para o Brasil em 20 de maio de 2024. — Foto: LAPIS/Divulgação

 

Em entrevista ao g1, o professor Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, explicou que, nessas áreas, isso significa que o solo já não consegue mais absorver água, fazendo com que toda a água da chuva escoe superficialmente, aumentando o risco de inundações.  

 

No mapa, também é possível ver que algumas áreas no extremo sudoeste do Rio Grande do Sul estão em uma condição mais favorável, com menor umidade do solo em comparação à região centro-leste do estado.

 

Barbosa diz que nesses casos, o mapeamento baseado em dados do satélite SMAP (Soil Moisture Active Passive – Umidade do Solo Passiva e Ativa) mostra que o solo seco tem a capacidade de absorver essa água.

 

"Se Porto Alegre estivesse com o solo seco, essa água já teria percolado, ou seja, teria infiltrado no subsolo, alimentando o lençol freático com a água que vem da superfície", destaca o pesquisador. 

 

Na última sexta (23), porém, a chuva retorno com força na capital gaúcha. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o volume de chuva em 15 horas ultrapassou os 100 milímetros na Zona Sul da capital.

 

Em alguns bairros, a água subiu pelos bueiros, alagando regiões que ainda não tinham sido afetadas. O diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), Maurício Loss, negou que tenha ocorrido um "colapso" no sistema de drenagem na cidade.

 

Segundo Loss, o barro levado pelas cheias das últimas semanas secou, trancando as galerias pluviais, que funcionam no escoamento da água da chuva.

 

O órgão ainda afirma que o elevado volume de chuva, o acúmulo de lixo nas ruas e redes pluviais e restrições no funcionamento de casas de bombeamento – apenas 10 das 23 estações estão funcionando, segundo Loss – prejudicaram a saída da água, provocando o transborde.

 

PREVISÃO DE MAIS CHUVAS 

Depois de um mês com a atuação de mais uma onda de calor no Brasil, o país deve registrar temperaturas abaixo da média nos próximos dias. Segundo a Climatempo, uma nova e forte frente fria deve avançar pelo país a partir desta sexta-feira (24), trazendo chuva e frio principalmente para os estados do Centro-Sul.

 

Com a passagem dessa nova frente fria pelo país, as chuvas retornaram ao Sul. Nesta sexta, o tempo deve ficar muito instável no estado, com expectativa de chuva para toda a região.

 

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para a possibilidade de acumulados de até 100 milímetros de chuva no norte do Rio Grande do Sul, Paraná e boa parte de Santa Catarina. Os ventos podem chegar até 100 km/h nessas regiões. 


Fonte: Bahia Notícias 

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

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