O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, tem passado seus dias em um terreiro de candomblé em Brasília desde sua demissão do cargo na sexta-feira (6). Silvio, que foi desligado do ministério após graves acusações de assédio sexual, está buscando apoio espiritual em um espaço que frequenta há algum tempo. A decisão de procurar esse refúgio reflete o estado de abatimento do ex-ministro diante da crise pessoal e pública que enfrenta.
A demissão de Almeida ocorreu após uma reunião tensa no Palácio do Planalto, onde ele, acompanhado de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes do governo, demonstrou visível sofrimento ao discutir sua família e a situação. Segundo relatos, Almeida chorou durante o encontro, que também foi testemunhado por ministros da Justiça e da Controladoria Geral da União. A demissão foi motivada pelas graves acusações que envolvem não só a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, mas outras mulheres também.
No início da semana, Lula anunciou a substituição de Almeida por Macaé Evaristo, deputada estadual do PT, como nova ministra dos Direitos Humanos e Cidadania. A decisão foi rápida e ocorreu em resposta às alegações sérias que, segundo o presidente, tornavam insustentável a permanência de Almeida no cargo. Enquanto isso, o ex-ministro permanece em um processo de busca de entendimento e força espiritual.
A Polícia Federal iniciou uma investigação preliminar sobre as denúncias. O caso está sendo conduzido sob segredo de justiça para proteger a identidade das vítimas e garantir a integridade das investigações. Além disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu um procedimento para esclarecer as circunstâncias das acusações. Almeida nega veementemente as alegações e sua defesa está em busca de esclarecimentos sobre as denúncias, questionando a transparência e os métodos da organização Me Too Brasil.
Em nota, o Me Too Brasil, que representa algumas das vítimas, afirma: “O Me Too Brasil é uma organização que atua diretamente no acolhimento de vítimas de violência sexual, prestando apoio psicológico, jurídico e de assistência social, bem como trabalha em campanhas de conscientização, incidência legislativa, advocacy e litigância estratégica, entre outras ações voltadas à defesa dos direitos de mulheres, crianças e adolescentes”, disse a organização.
“Vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores são figuras poderosas ou influentes, frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas. Devido a isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado”, acrescentou a entidade, garantindo que atendeu as autoras dos relatos de assédio sexual por meio dos canais de atendimento da organização, oferecendo a elas acolhimento psicológico e jurídico.
“A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política”, afirma a Me Too Brasil.
Fonte: Bahia Notícias
Foto: Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
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