A cerimônia do Prêmio da Música Brasileira, realizada na última quarta-feira (12), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, foi um momento de forte emoção para Carmelo Maia, filho do cantor Tim Maia (1942-1998), o grande homenageado da noite. Após passar pelo tapete vermelho, ele falou sobre a vitória que obteve contra o meio-irmão, Léo Maia, no processo pelo reconhecimento da paternidade afetiva.
"Quando eu fiz 29 anos, ou seja, 20 anos atrás, minha mãe me procurou. Eu acho que a todo ser humano deve ser dada, sim, uma segunda chance, e eu dei, e ela veio conhecer o primeiro neto. Ela passou um final de semana comigo, foi na festa, foi muito bem acolhida pela família Maia, voltou para casa com várias fotos para mostrar à minha família materna, que é de Campos dos Goytacazes", iniciou Carmelo.
E continuou: "Dois meses depois, um oficial de Justiça na minha casa, a minha mãe tava me processando pedindo uma pensão alimentícia de dez salários mínimos. Ela perdeu. Seis meses depois ela diz que tinha culpa, que queria pedir desculpa e que foi motivada inclusive pelo Léo".
Ele disse ainda: "Eu tenho uma sensação que a minha família materna é uma quadrilha porque era o Léo, a minha mãe, e a advogada era a mulher do Léo, entende?".
Carmelo contou, pela primeira vez, que um de seus meio-irmãos, que ele não conhece, testemunhou a seu favor e contra Léo.
"Minha família materna somos quatro, e eu não conheço dois irmãos. Vou falar pela primeira vez: um dos meio-irmãos maternos, que eu nunca vi, testemunhou a meu favor e contra ele. E esse morou com ele em Campos. Daí você vê que a conta não fecha. Essa história, ele diz que nós moramos sete anos juntos, eu não tinha obrigação de provar na Justiça porque quem tem que provar era ele. Eu fiz questão de mostrar cronologicamente, desde o meu nascimento até o 23º ano da minha vida, que foi quando o meu pai morreu, as datas principais, especiais, que era Dia dos Pais, Natal, Aniversário, meu aniversário, aniversário do meu pai, e meu irmão nunca tava", disse.
Carmelo afirmou ainda que não nega que Tim Maia tinha carinho por Léo, mas que não o considerava um filho.
"Tinha carinho, porém ele era um enteado. O que nós temos um comum, eu e meu irmão, é a rejeição. Eu, a rejeição da minha mãe, ele, a rejeição do pai dele, que é um goleiro da época do Garrincha, Pelé etc. Só que eu me trato: eu faço terapia, a terapia tá em dia, e ele eu não sei dele. Conta muitas histórias, inverdades, e eu sempre deixei correr. Agora essa máxima de dizer que eu proíbo ele de cantar as músicas do meu pai é tão inverdade que se você procurar saber o último show dele, ele cantou a música do meu pai, ou as músicas do meu pai. Então não bate muito com o que ele fala. E eu sou muito mais reservado, não vou a programa sensacionalista pra mexer com a emoção, até porque, querendo ou não, é o meu meio-irmão", concluiu.
Fonte: Metro 1
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